domingo, 6 de novembro de 2011
notícia de cartagena II
EULÁLIA
Sou a Eulália mas me chamavam Rosa a bruxa,
Fazia magia,
Ajudava a conquistar com uma vela rosa
E a recuperar o amor com o feitiço da madeira
Ou com a bruxaria da lua,
Aumentava a paixão com o segredo marinho das
conchas
Que misturava no caldeirão de minhas feitiçarias,
Prevenia a saudade
Com pérolas de éter e pó de estrela
E usava o alho macho contra os espíritos maus e
contra a
Infidelidade;
Utilizava a loção de fruta verde para o dinheiro,
A amarela para o ouro
E a transparente para o sexo;
Livrava da má sorte
Com rosas fervidas e carbono de lenha vermelha
Misturando tudo com água pura de lírios.
Em meu consultório de lua elevava os ânimos,
Afastava as dúvidas e as trapaças,
Adivinhava o futuro, o presente e o passado
E deixava as pessoas felizes com meus bons presságios,
Com meu gato ruim chamado Sam
Passeávamos todas as noites na moto vermelha de
minha risada
Jogando frascos contra as paredes
Para assustar os insones e fazer propaganda de meu
negócio.
Desde que me disseram que as bruxas não existem,
Vendo bíblias.
FEDERICO CÓNDOR
(do livro Feitos para uma vida anormal)
tradução: rodrigo madeira e lu cañete
EULALIA
Soy Eulalia pero me llamaban Rosa la bruja,
Hacía magia,
Ayudaba a conquistar con una vela rosa
Y a recuperar el amor con el hechizo de la madera
O con el embrujo de la luna,
Aumentaba la pasión con los secretos marinos de los
caracoles
Que batía en la marmita de mis embrujos,
Evitaba la nostalgia
Con perlas de éter y polvo de estrella
Y usaba el ajo macho contra los malos espíritos y
contra la
Infidelidad;
Utilizaba la loción de fruta verde para el dinero,
La amarilla para el oro
Y la transparente para el sexo;
Hacía limpias contra la mala suerte
Con rosas hervidas y carbón de leña roja
Mezclándolo todo con agua pura de lirios.
En mi consultorio de luna levantaba los ánimos,
Alejaba las dudas y las malas patrañas,
Adivinaba el futuro, persente y pasado
Y hacía feliz a la gente con mis buenos presagios,
Con mi gato malo que se llamaba Sam
Paseábamos todas las noches en la moto colorada de
mi risa
Tirando tarros contra las paredes
Para asustar a los desvelados y hacerle propaganda al
negocio.
Desde que me dijeron que las brujas no existen,
Vendo biblias.
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