foto: ricardo pozzo
Uma gaivota
surgiu na praia
planou 15 segundos
diante dos meus olhos
o mesmo tempo
que um menino leva
para viver a infância
ela quis me dizer algo
algo em mim quis me dizer algo
à visão
telúrica mais que angélica
da gaivota
mas ela se foi
súbito como se eu
lhe desse as costas
e nunca mais fui à praia
ou vi uma gaivota
o que quer que tenha dito
eu não ouvi
que lindo, Rodrigo...
ResponderExcluiradoro seu blog.
beijo
me lembrou a máquina do mundo, do drummond!
ResponderExcluirgrande abraço!
valeu, daniella. seu blog é dez. gostei muito.
ResponderExcluirbem lembrado, otávio. sou ética e esteticamente aparentado com o drummond.
mas este meu poema é, na melhor das hipóteses, uma maquininha do mundo. de 1,99. made in matinhos.
abração.
mas a foto é made in joaquina/ sc!
ResponderExcluirrp
mas eu, particularmente, prefiro quando você é ética e esteticamente aparentado com o lorca!
ResponderExcluirrp
eu, o comentarista quanto mas...
ResponderExcluirrp
[mas] pra quem não sabe, a praia da joaquina fica na antiga ilha do desterro, atual florianópolis!
ResponderExcluirrp
Era um grande pássaro. As asas estavam em cruz, abertas para os céus.
ResponderExcluirA morte, súbita, o teria precipitado nas areias molhadas.
Estaria de viagem, em demanda de outros céus mais frios!
Era um grande pássaro, que a morte asperamente dominara.
Era um grande e escuro pássaro, que o gelado e repentino vento sufocara.
Chovia na hora em que o contemplei.
Era alguma coisa de trágico,
Tão escuro, e tão misterioso, naquele ermo.
Era alguma coisa de trágico. As asas, que os azuis queimaram,
Pareciam uma cruz aberta no úmido areal.
O grande bico aberto guardava um grito perdido e terrível
(''ERA UM GRANDE PÁSSARO'')