terça-feira, 16 de julho de 2013

robert frost

                                               

                 
                             
JUNTANDO FOLHAS


As pás recolhem as folhas
Como a colher ou a mão,
E um saco cheio de folhas
É leve como um balão.

O dia todo eu farfalho
Fazendo um baita alarido,
Como uma lebre ou um cervo
Que pronto houvessem fugido.

Mas me escapam ao enlace
O que em montes é disposto,
Transbordando de meus braços
E voando no meu rosto.

Se várias e várias vezes,
Até lotar um galpão,
Eu carrego e descarrego,
Que me resta disto então?

Quase nada têm de peso,
E sendo assim desbotadas
Do contato com a terra,
Têm por cor um quase nada.
                                     
Quase nada de proveito.
Mas a safra é safra feita,
E quem há de dizer onde
Vai parar esta colheita?

trad. r.m.


*

GATHERING LEAVES


Spades take up leaves
No better than spoons,
And bags full of leaves
Are light as balloons.

I make a great noise
Of rustling all day
Like rabbit and deer
Running away.

But the mountains I raise
Elude my embrace.
Flowing over my arms
And into my face.

I may load and unload
Again and again
Till I fill the whole shed,
And what have I then?

Next to nothing for weight,
And since they grew duller
From contact with earth,
Next to nothing for color.

Next to nothing for use.
But a crop is a crop,
And who's to say where
The harvest shall stop?
           

3 comentários:

  1. Compartilhei lá no fuçalivro (feicebuque) -- aguarde milhares de leitores...

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  2. Conhece "The Armful", Rodrigo? Eu tinha uma tradução sem dono guardada dentro de um livro antigo e ela desapareceu. É um belo poema.


    The Armful


    For every parcel I stoop down to seize
    I lose some other off my arms and knees,
    And the whole pile is slipping, bottles, buns,
    Extremes too hard to comprehend at. once
    Yet nothing I should care to leave behind.
    With all I have to hold with hand and mind
    And heart, if need be, I will do my best.
    To keep their building balanced at my breast.
    I crouch down to prevent them as they fall;
    Then sit down in the middle of them all.
    I had to drop the armful in the road
    And try to stack them in a better load.

    Robert Frost

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  3. valeu, ivan, irmão de cisma.
    zoe, esse poema é demais. depois quero tentar traduzir...

    abçs.

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