VAI CHOVER SALIVA
(rodrigo madeira/ william carlos williams)
Venha me tocar em si
Menor
Venha me gastar, dália, doida, diva
Vamos penhorar este velho sol
Que hoje, meu amor, vai chover
Saliva
Hoje, meu amor, vai chover saliva
Vai chover saliva
Como é da natureza das roseiras bravas
Rasgar a carne
Tenho avançado pelo meio delas
Fique longe das sarças, das garças, dos espinhos
Fique longe das sarças, dizem-nos (mas)
Não se pode viver e viver longe delas
Não se pode viver e viver longe delas*
Venha me tocar em si
Menor
Venha me gastar, dália, doida, diva
Vamos penhorar este velho sol
Que hoje, meu amor, vai chover
Saliva
Hoje, meu amor, vai chover saliva
Como é da natureza das roseiras bravas
Rasgar a carne
Tenho avançado pelo meio delas
Fique longe das sarças, das garças, dos espinhos
Fique longe das sarças, dizem-nos (mas)
Não se pode viver e viver longe delas
Não se pode viver e viver longe delas
Por isso eu canto, por isso eu calo
Por isso eu surjo, por isso eu parto
Por isso eu sangro, por isso eu saro
Por isso eu morro, por isso eu mato
E por isso a flor e por isso o cardo
E por isso o espinho e por isso o nardo
E por isso o blues e por isso o fado
Por isso eu canto, por isso eu calo
Etc
* Como é da natureza das roseiras bravas/ rasgar a carne,/ tenho avançado/ pelo meio delas./ Fique longe/ das sarças,/ dizem-nos./ Não se pode viver/ e ficar longe das sarças. (A COROA DE HERA, william carlos williams, trad. josé paulo paes.)
:)
ResponderExcluirpor isso eu posto e também comento
às vezes branco, outras cinzento,
mas sempre feliz nalgum momento:
bela tradução, boa canção
um bom samba (já se disse)
é uma forma de oração --
cantar faz bem pro coração
e esse foi um cumprimento
sem procuração --
de um Ivan quase João