monomaníacas,
lindas como os rouxinóis:
as moscas.
infatigáveis,
insuportáveis,
abertas às febres
todas, todos os modos (e cheiros, sabores)
de vida e morte.
benditas sejam
as moscas!
mais vivem do que
pousam,
mais vivem do que
voam.
a teimosia feroz, a algaravia,
as filigranas de saliva,
únicos filamentos
do brio.
voltar sempre, como
uma alma penada,
um cão com fome,
um homem,
atordoado inseto
em redor do sol.
um homem
que, afogando-se
no ar, na baba espessa de enigmas, na
ígnea ignorância de amar,
quer porque quer
viver
por viver.
(pássaro ruim, 2009)
* poema revisitado
já um clássico madeirístico!
ResponderExcluirrp
só ser for um crássico, ricardim: um clássico crasso.
ResponderExcluirabs.
r.m.