IRMÃ MOSCA, depositai em minha
lírica, em minha boca, vossos
ovos (vossos ossos de
saliva)
IRMÃ MOSCA, que eles eclodam
mal e mal persistam
às alegrias
e alergias
à vontade
e à voragem
que multipliquem-me na
língua, entre as margens
monocordi-
comovidas
as canções de vossas e de minhas
brev
vvvvvvvvvvvvvvvvvvv
idades
invertebradas sussurrantes, sussuram a não eternidade, varejeiras do sempiterno vazio, esnobam os aedes egipcios em cadávares insepultos; ah esta brevidade, este louvor; irmão lodo, irmã palustre, cinjo no meu hábito, borel do escárnio, os votos de impertinência, fealdade e luxúria; despiciente aos zumbidos, sou uma juventude agostiniana, confesso.
ResponderExcluirirmão tullio,
ResponderExcluiraméinnnnnnnnnnnnnnnnnnnn...
moscas, ó moscas,
bailarinas de baudelaire!
embora eu ache que estejamos bem mais para baudelairianos (e sua estética do ignóbil), é bem verdade que muitos dos ascetas tendem a ver nos seres repelentes, nas pulgas, moscas, larvas e piolhos, verdadeiras "pérolas de deus". e a poesia, pra quem tiver fé (às vezes eu tenho!), não deixa de ser uma tipo de ascetismo, autodisciplina em direção à Vida e à Morte, ao Horror e à Beleza.
r.m.