quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

                        
a grande muralha da vagina, jamie mccartney

 
                         





                              
a dobra-prima

                      ivan justen santana
                                               

Um comentário:

  1. o que me fez lembrar a profunda e frondosa "dobra-prima" de bráulio tavares... (aliás, que melhor ilustração pra este poema que aquele quadro do courbet, "a origem do mundo"?)


    POEMA DA BUCETA CABELUDA

    A buceta da minha amada
    tem pelos barrocos,
    lúdicos, profanos.
    É faminta
    como o polígono-das-secas
    e cheia de ritmos
    como o recôncavo-baiano.

    A buceta da minha amada
    é cabeluda
    como um tapete persa.
    É um buraco-negro
    bem no meio do púbis
    do Universo.

    A buceta da minha amada
    é cabeluda,
    misteriosa, sonâmbula.
    É bela como uma letra grega:
    é o alfa-e-ômega dos meus segredos
    é um delta ardente sob os meus dedos
    e na minha língua
    é lambda.

    A buceta da minha amada
    é um tesouro
    é o Tosão de Ouro
    é um tesão.
    É cabeluda, e cabe, linda,
    em minha mão.

    A buceta da minha amada
    me aperta dentro, de um tal jeito
    que quase me morde;
    e só não é mais cabeluda
    do que as coisas que ela geme
    quando a gente fode.

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