mesmo que minha língua
fosse cortada pela
lâmina da lua crescente
e jogada ao chão, coberta
de formigas
como num delírio de lynch
mesmo que minha alma
fosse arrancada para
cobrir os pés de hades
ou a usasse perséfone
como um xale
e meu coração
extraído
pelo bom-senso dos necropsistas
esquecido em frigorífico
atirado à pira
,
restariam minha mãos
imarcescíveis
restariam
ainda
para erguer teu corpo acima
das mortes
de todas as derrotas
como uma bandeira obscena
ai, que exagero
ResponderExcluircontra-indicação:
ResponderExcluirpara quem não conhece o exagero,
este poema pode ser exagerado.
para um blog às moscas, este é bem visitado, não?
ResponderExcluirtambém achei meio cazuza.
ResponderExcluirTambém achei bem visitado para um Blog às moscas! risos
ResponderExcluirAndréa
oi, andréa. legal vc por aqui.
ResponderExcluirtomei a liberdade de considerar a todos nós moscas de padaria.
gosto do som e da ambiguidade: "às moscas" pode se referir a um lugar abandonado (a poesia?), ou dedicado àqueles(as)que, obstinados e monomaníacos, continuam voltando.
os poetas somos "da família das moscas teimosas". é tudo que sabemos.
versos que li ontem. alberto martins (do livro "em trânsito"):
"esta reserva de pobreza
é uma promessa de alegria"
abraço.
Rodrigo,
ResponderExcluirGostei da argumentação e dos versos de Alberto Martins ( não conheço! vou procurar saber mais sobre ele...).
Ah...e vou trocar o nome do blog lá no Simultaneidades. :-)
Abraço,
Andréa