sexta-feira, 24 de agosto de 2012

poema para albert nane

                          
                                foto de albert nane



quando está no campo [no espaço fotográfico], ali está,
capturado de uma vez por todas, como os insetos no âmbar (...)
                                                               philippe dubois  

                   
a imagem está parada
mas o tempo        não

a imagem está parada
mas os olhos nas órbitas
as pálpebras         não

a imagem está parada
mas não está parada
a respiração

a imagem está parada
mas não está parado
o coração


2.

o inseto no âmbar (voando)
vareja dentro,
sem qualquer
medida, o que é recesso ilimitável
de um único momento
e o restante
de nossas vidas.

o inseto-instante,
imóvel no âmbar,
está voando
em quem se deixa voar
por um inseto no âmbar.

o inseto no âmbar
está voando


* o latim das moscas (inédito)

2 comentários:

  1. bom poema para um ótimo artista!

    somos todos insetos no âmbar urbe fágico.


    rp

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  2. Este belo poema do Madeira sobre um brilhante artista traz uma nova luz (necessária) ao fotógrafo, músico e poeta Albert Nane... Quem o conhece, sabe de quem estamos falando; quem não o conhece, o pode ler no poema!

    Abraços,
    Gustavot Diaz

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