nu fechando a porta
teu corpo nu
sob a torneira
de tanto orvalho
teu corpo nu
é todo feito
de abertos lábios
navegações
em manhã clara
traduz o sol
para o alfabeto
das coisas líquidas
o mar vai sempre
arrebentar
em tuas costas
(sol sem pálpebras, 2007)
(sol sem pálpebras, 2007)
*
soneto de cabeceira
aberta na cama,
você de você,
cais, ais, minha carne
aberta na cama.
você, anjo no
puteiro de meu
peito-luminoso:
peitos de néon.
rostoventredorso.
na vala onde jaz
vertida, de borco,
sábado do corpo,
aprendo que a morte
também nos esquece.
(pássaro ruim, 2009)
aberta na cama,
você de você,
cais, ais, minha carne
aberta na cama.
você, anjo no
puteiro de meu
peito-luminoso:
peitos de néon.
rostoventredorso.
na vala onde jaz
vertida, de borco,
sábado do corpo,
aprendo que a morte
também nos esquece.
(pássaro ruim, 2009)
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