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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
As rosas
se abrirem as pernas-primas, primas,
será primavera.
será primavera, primas,
se abrirem as pernas.
na roça do corpo a rosa, que rosa
na roça rosa do corpo que roça
róscida rosa, silêncio e cio
na roça rosa do corpo que rosna
rosas rosa roças: rocio
rosas mucosas ventosas amorosas rosas
ó rosas leitosas no leito de abril...
e se seca a roça e tudo é escarpa
onde o duro cerne
do amor já não serve macio,
onde os seixos-sexos rolam e cedem
entre pedras, perdas e pernas
por paisagens violáceas,
outra rosa, outras rosas ainda
nascem,
se abrirem as pernas, primas, aos pares,
se abrirem as pernas aos párias,
se abrirem as pernas...
e mesmo que chegue o inverno
e tudo em torno transido em inverno
se feche em fracassos, promessas, espera
e mesmo que o inverno emende com outro
que emende com outros invernos,
se abrirem as pernas, primas,
será primavera.
será primavera, primas,
se abrirem as pernas.
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