EDWARD HOPPER, summer interior (1909)
Se o amor bater, bater a tua porta,
abre, abre gentilmente tuas pernas.
Quem ama assim, na cama, jamais erra,
e estás desiludida mas não morta.
Se bate quem é feio, pouco importa;
recebe qual recebe uma cadela,
declara-te no rabo, dando trela,
ao dono que da lida exausto volta.
Se o amor acaba mas a vida segue,
aos homens, tão tarados, não te negues,
àqueles que inda chovem na tua horta.
Dá, dá, dá mais do que chuchu na serra:
quem ama assim, sacana, jamais erra;
aos homens que te chegam, abre a porta.
* primeiro de 6 sonetos da seção O xifópago aconselha
(do livro de poemas putanheiros Xifópago e libertinas - inédito).
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