segunda-feira, 19 de março de 2012

e.e. cummings

               
ao tempo dos narcisos(sabem que

ao tempo dos narcisos(sabem que
a razão de vivermos é crescer)
lembre-se como, esquecendo o porquê

ao tempo dos lilases a pregar
que acordamos tão-só para sonhar,
não se esqueça(pareça não lembrar)

ao tempo das rosas(o ardor carmim,
em nosso aqui e agora seu festim)
esquecendo o se, lembre-se do sim

ao tempo de tudo que é doce e está
além do que podemos atinar,
lembrando busque(esqueça para achar)

e ao mistério que há de ser, outrossim,
(tempo que do tempo liberte enfim)
esquecendo-me, lembre-se de mim
       
traição: rodrigo madeira


in time of daffodils(who know

in time of daffodils(who know
the goal of living is to grow)
forgetting why, remember how

in time of lilacs who proclaim
the aim of waking is to dream,
remember so(forgetting seem)

in time of roses(who amaze
our now and here with paradise)
forgetting if, remember yes

in time of all sweet things beyond
whatever mind may comprehend,
remember seek(forgetting find)

and in a mistery to be
(when time from time shall set us free)
forgetting me, remember me
           

Um comentário:

  1. em tempo de narcisos(que sabem

    em tempo de narcisos(que sabem
    que o gol de viver é crescer)
    esquecendo porque, recorde como

    em tempo de lilases que proclamam
    que o intuito da vigília é sonhar,
    recorde assim(esquecendo semelhança)

    em tempo de rosas(que aparvalham
    nosso agora e aqui com paraíso)
    esquecendo se, recorde sim

    em tempo de todos docinhos bem além
    do que quer que a mente possa compreender,
    recorde buscar(esquecendo achar)

    e num mistério a ser
    (quando tempo de tempo nos libertar)
    esquecendo-me, recorde-me

    vb: ijs

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