terça-feira, 20 de novembro de 2012

post-scriptum

     
                          : la petite mort


[aqui termina
a ínfima viagem órfica
no aqueronte da saliva]


ossários de amor são líquidos
melancólicos felizes


e se o dia implodiu-se               se só a respiração
            sobre si                                tem vigas

                    é preciso dizer: seus peitos

não são ruínas;

barcos de aqueus, de aquéns
subindo e descendo
no horizonte

(res-pi-ra)

crianças
subindo e descendo
a colina

[aqui termina
a ínfima viagem órfica
no aqueronte da saliva]


o que sei eu da Morte
que sei eu de orfeu e suas culpas,
eu que mal e mal
sei da língua e suas liras?

 claro que sim, foi uma delícia, minha lúdica lúbrica nua
eurídice
               

3 comentários:

  1. porra! ótemo! é novo?

    rp

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  2. dom pozzo,
    é o p.s. ao poema anterior, o "9 línguas". mas foi escrito quase um ano depois, há duas semanas... abçs.

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  3. muito bom, mesmo, cheio de silêncios...como o próprio le petit...


    rp

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