quinta-feira, 22 de setembro de 2011

uma igrejinha

                                                  
nada é mais patético e belo
e difícil
que a igrejinha abandonada:

o capim no altar, as goteiras
a infiltração das estrelas

e as velas gastas
como pequenos pilares
do escuro.

nunca vi
uma igrejinha baldia
mas

se agora a vejo
(as lembranças tomadas de mato
e uma única açucena)

algo em mim que remontasse
campeia por dentro
                    monta ali acampamento
                    ou indigência

    e me lembro
                                
                    da poesia,
                    do amor que não se lembra
                                                     

2 comentários:

  1. muito bonito, eu gostei tanto da única açucena e da infiltração de estrelas ... besos lu

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  2. uma amizade que se lembra
    aqui deixa
    a esse poema e a essa igreja
    uma reverência

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