segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
robert frost (III)
LUGARES ERMOS
A noite e a neve caindo, caindo presto
Num campo que contemplo mas não atravesso;
E o chão quase inteiro de neve se acolchoa,
Salvo algumas ervas e restolhos dispersos.
Pertence à floresta – isto nela fica inscrito.
Os animais todos em seus esconderijos.
Estou vazio demais pra ser levado em conta;
A solidão inclui-me sem qualquer aviso.
Se solitária assim a solidão se faz,
Antes de ser menos, ainda há de ser mais –
Alvor crescente, analfabeta neve em branco
Sem nada que dizer e sem dizer jamais.
Entre as estrelas – onde impossível vivermos –,
Estes espaços vazios não me fazem medo.
Eu trago muito mais próximos, em meu íntimo,
Meus próprios e aterradores lugares ermos.
tradução: rodrigo madeira
DESERT PLACES
Snow falling and night falling fast, oh, fast
In a field I looked into going past,
And the ground almost covered smooth in snow,
But a few weeds and stubble showing last.
The woods around it have it – it is theirs.
All animals are smothered in their lairs.
I am too absent-spirited to count;
The loneliness includes me unawares.
And lonely as it is, that loneliness
Will be more lonely ere it will be less –
A blanker whiteness of benighted snow
With no expression, nothing to express.
They cannot scare me with their empty spaces
Between stars – on stars where no human race is.
I have it in me so much nearer home
To scare myself with my own desert places.
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