A BESTA EM MIM
A besta em mim
Por fracas e frágeis grades presa
Incansável faça sol ou anoiteça
Rasca e ruge contra as estrelas
Que Deus ajude a besta em mim
A besta em mim
Teve de aprender a lamber a ferida
E se abrigar das chuvas repentinas
E talvez num piscar de olhos
Tenha de ser contida
Que Deus ajude a besta em mim
Às vezes tenta enganar a mim
Parecendo um bichinho desdentado
E do nada se desfaz no ar parado
E é então que eu devo tomar cuidado
Com a besta em mim
Todo mundo já está avisado
Já a viram calçando meus sapatos
Sem que a gente saiba, eu e os outros
Se é Curitiba ou o Ano Novo
Que Deus ajude a besta em mim
A besta em mim
transplantation: rodrigo madeira
* cheguei a traduzir como "monstro" (beast), mas o duplo sentido da palavra "besta" é irresistível.
Bestial!
ResponderExcluirFiquei bestificado:
a besta em mim (Namastê!)
saúda a besta em ti, Rodrigo:
que Dionysos te ajude, meu amigo!
Com poetas assim,
Curitiba perde por esperar seu fim...
Rodrigo Madeira,meu grande amigo e fantástico poeta...
ResponderExcluira besta é nossa!
e ela é em você, é em mim e está em todas as feras que ousam dizer o sonho;a besta em nós se disforma lindamente nas pálpebras dos sóis,
nas horas que se perdem, nos pés rotos de um Frankenstein qualquer.
ah, a besta, feroz como um girassol! queda dos céus, na poesia hebraica de Lúcifer, ousa nas pegadas dos sapatos que calçamos, seja em Curitiba,São Paulo, Rio de Janeiro e em alhures do alhures de cada instante que a besta é nossa!
T.S.
ô tullio, my beast friend, saudade grande de você!
ResponderExcluirsaudade daquelas nossas conversas de bestas quadradas e apocalípticas ali no bar mignon.