* poema surrupiado (no original) de http://daniellagrego.blogspot.com.br/
TESTAMENTO
Havendo chegado ao tempo em que
a penumbra já não me consola
e me apequenam os presságios pequenos;
havendo chegado a este tempo;
e como a borra do café
súbito me abre agora
suas redondas bocas amargas;
havendo chegado a este tempo;
e já perdida toda esperança de
algum merecido ascenso, de
ver o sereno manar da sombra;
e eu sem possuir senão o tempo;
sem possuir mais, enfim,
que minha memória das noites e
sua vibrante delicadeza enorme;
sem possuir mais
entre o céu e a terra que
minha memória, que este tempo;
decido fazer meu testamento.
É este:
deixo-lhes
o tempo, todo o tempo.
tradução: rodrigo madeira
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