terça-feira, 29 de maio de 2012
paul celan (II) / trad. claudia cavalcanti
SALMO
Ninguém nos molda de novo com terra e barro,
ninguém evoca o nosso pó.
Ninguém.
Louvado sejas, Ninguém.
Por ti queremos
florescer.
Ao teu
encontro.
Um nada
éramos nós, somos, continuaremos
sendo, florescendo:
a rosa-do-nada, a
rosa-de-ninguém.
Com
o estilete claralma,
o estame alto-céu,
a coroa rubra
da palavra púrpura, que cantamos
sobre, oh, sobre
o espinho.
tradução: claudia cavalcanti
PSALM
Niemand knetet uns wieder aus Erde und Lehm,
niemand bespricht unsern Staub.
Niemand.
Gelobt seist du, Niemand.
Dir zulieb wollen
wir blühn.
Dir
entgegen.
Ein Nichts
waren wir, sind wir, werden
wir bleiben, blühend:
die Nichts-, die
Niemandsrose.
Mit
dem Griffel seelenhell,
dem Staubfaden himmelswüst,
der Krone rot
vom Purpurwort, das wir sangen
über, o über
dem Dorn.
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