domingo, 13 de maio de 2012
t.s. eliot/ trad. rodolfo jaruga
* surrupiado do blog pó&teias.
para ler o poema na íntegra clique aqui.
GERONTION
Eis-me aqui, um velho em mês de seca
a quem um jovem lê, enquanto espera a chuva.
Jamais estive entre os umbrais ardentes,
nem combati sob a morna chuva,
nem afundei os meus joelhos
no sal do lodo, brandindo um sabre,
aferroado por mosquitos, combatido.
A minha casa é casa derruída.
E o judeu se achega ao parapeito da janela,
o proprietário,
parido num café qualquer lá de Antuérpia,
recheado de pústulas em Bruxelas,
retalhado e descascado em Londres.
O bode tosse à noite, acima, nas campinas;
rochas, musgos, flor-da-pedra, ferro, bostas.
A mulher cuida da cozinha, faz chá,
espirra de noitinha, tateando a goteira lamuriante.
Eu, um velho,
uma cabeça tola em lugar nenhum.
(...)
tradução: rodolfo jaruga
arte de alberto giacometti
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Se antevê um salto (mortal) da infância à velhice...
ResponderExcluirabç
rods
pois é.
ResponderExcluiro carpinejar tem um livro de elegias ("terceira sede") capaz de belos saltos mortais. uma obra-prima. vou postar um trecho...
sua versão ficou excelente, rodolfo. só há alguns dias pude ler a tradução com o original do lado.
abç.