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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
aulas de solidão (5)
Que importa o tormento? Que importa a chuva, o medo, a morte, a indiferença? Que importam os poetas e os poemas? E sua dor, sua alegria, sua vaidade, sua indigência?
Que importa a elegância patética, o coração na lapela? E as palavras que nos vertiginam e rasam abismos como pássaros do avesso, calcificados na letra?
(O cálcio nos dentes de aves com dentes.)
A poesia continua sendo – no meio-dia da madrugada, por exemplo – o sorriso da linguagem, rútila de dentes.
A linguagem que sorriu sorrirá outras vezes. Porque a Graça é infinita.
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gratuíto esse infinito relógio sem números,pois não importa o arremate, quando se reluz o tormento; quando se sorri o patético que rasa alto nos gradis perpétuos do poema, gradis erguidos de uma madeira que se batizou substantivo próprio.
ResponderExcluirgratuíto é a noite feita dia, feita daquele mar do espanto, qual a saliva que nos espanca,- quer seja no beijo ou no cuspe...
a graça se esgarça, a autêntica glória será sempre a objetiva do verso.
T.S.