sábado, 15 de outubro de 2011

leo maslíah (biromes y servilletas)

            

     
CANETAS E GUARDANAPOS

Em Montevidéu há poetas poetas poetas
Que sem bumbos nem trombetas trombetas trombetas
Vão saindo de porões e casamatas e matas e matas 
De paredes de silêncios de semibreves pontuadas

Saem de buracos mal tapados tapados tapados
E projetos inalcançados cansados cansados
Que regressam em fantasmas multicores em cores em cores
A pintar-te as olheiras e pedir-te que não chores

Têm ilusões compartidas partidas partidas
Pesadelos preferidos feridos feridos
Novelos de palavras confundidas fundidas fundidas
Ao seu triste passo lento pelas ruas e avenidas

Não almejam glórias nem lauréis lauréis lauréis
Se contentam com papéis papéis papéis
Experiências totalmente impessoais pessoais pessoais
Elementos muito parciais que reunidos não são tais

Falam da aurora até cansar cansar cansar
Sem ter medo de plagiar plagiar plagiar
Desde que escrevam escrevam escrevam, nada disso importa
Sua mania sua loucura sua obsessão neurótica

Andam pelas ruas os poetas poetas poetas
Como se fossem cometas cometas cometas
Num espesso céu de metal fundido fundido fundido

Impenetrável desastroso lamentável e aborrecido

Em Montevidéu há canetas canetas canetas
Esvaindo-se em letras e letras e letras
De palavras retorcendo-se confusas confusas confusas
Em estreitos guardanapos como alcóolicas reclusas

Andam pelas ruas escrevendo e vendo e vendo
O que veem vão dizendo e sendo e sendo
Esses poetas que caminham caminham caminham
Vão contando o que veem, e o que não veem, eles criam

Miram o céu esses poetas poetas poetas
Como se eles fossem flechas flechas flechas
Lançadas ao espaço e um vento ao léu ao léu ao léu
As fizesse regressar, cravando-as em Montevidéu

tradução: lu cañete e rodrigo madeira

***
                      
há uma belíssima recriação em português, letra de CARLOS SANDRONI.
se perde em ironia, a canção ganha em beleza e força dramática.  

milton nascimento :
clara sandroni :
http://www.youtube.com/watch?v=GnZ-jyDDp6k                                                                             

2 comentários:

  1. BIROMES Y SERVILLETAS (LEO MASLÍAH)

    En Montevideo hay poetas poetas poetas
    que sin bombos ni trompetas trompetas trompetas
    van saliendo de recónditos altillos altillos altillos
    de paredes de silencios de redonda con puntillo

    Salen de agujeros mal tapados tapados tapados
    y proyectos no alcanzados cansados cansados
    que regresan en fantasmas de colores colores colores
    a pintarte las ojeras y pedirte que no llores

    Tienen ilusiones compartidas partidas partidas
    pesadillas adheridas heridas heridas
    cañerías de palabras confundidas fundidas fundidas
    a su triste paso lento por las calles y avenidas

    No pretenden glorias ni laureles, laureles, laureles
    sólo pasan a papeles, papeles, papeles,
    experiencias totalmente personales, zonales, zonales
    elementos muy parciales que juntados no son tales

    Hablan de la aurora hasta cansarse, cansarse, cansarse
    sin tener miedo a plagiarse, plagiarse, plagiarse
    nada de eso importa ya mientras escriban, escriban, escriban
    su manía su locura su neurosis obsesiva

    Andan por las calles los poetas poetas poetas
    como si fueran cometas, cometas, cometas
    en un denso cielo de metal fundido, fundido, fundido
    impenetrable, desastroso, lamentable y aburrido

    En Montevideo hay biromes, biromes, biromes
    desangradas en renglones, renglones, renglones
    de palabras retorciéndose confusas, confusas, confusas
    en delgadas servilletas como alcohólicas reclusas

    Andan por las calles escribiendo y viendo y viendo
    lo que ven lo van diciendo y siendo y siendo
    ellos poetas a la vez que se pasean, pasean, pasean
    van contando lo que ven, y lo que no, lo fantasean

    Miran para el cielo los poetas, poetas, poetas
    como si fueran saetas, saetas, saetas
    arrojadas al espacio que un rodeo, rodeo, rodeo
    hiciera regresar para clavarlas en Montevideo

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  2. Curti isso até mais que meu filho Ianzinho
    curtindo sua mamadeira, madeira, madeira...

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