domingo, 2 de outubro de 2011

william carlos williams (II)

                              
A ROSA


A rosa é obsoleta
mas cada pétala finda em
um fio de lâmina, a dupla faceta
cimentando as ranhuradas
colunas de ar O fio
corta sem cortar
chega a nada  renova-
se em metal ou porcelana

para onde? Finda
Mas se finda
o início é começado
de tal modo que envolver-se com rosas
torna-se uma geometria

Mais afiada, limpa, cortante
representada na faiança -
o prato quebrado
esmaltado com uma rosa

Em algum lugar o bom-senso
faz rosas de cobre
rosas de aço

A rosa trazia o peso do amor
mas o amor está no fim das rosas
É na lâmina da
pétala que o amor espera

Crespa, trabalhada para derrotar
o trabalho frágil
arrancada, úmida, semierguida
fria, precisa, tocante

tradução: rodrigo madeira


THE ROSE

The rose is obsolete
but each petal ends in
an edge, the double facet
cementing the grooved
columns of air The edge
cuts without cutting
meets nothing renews
itself in metal or porcelain

whither? It ends 

But if it ends
the start is begun
so that to engage roses
becomes a geometry

Sharper, neater, more cutting
figured in majolica
the broken plate
glazed with a rose

Somewhere the sense
makes copper roses
steel roses

The rose carried weight of love
but love is at an end of roses
It is at the edge of the
petal that love waits

Crisp, worked to defeat
laboredness fragile
plucked, moist, half-raised
cold, precise, touching                     

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