segunda-feira, 17 de setembro de 2012

david campbell (II)

                                                     
paul cézanne, mont sainte-victoire (1902-1904)  













                             
CÉZANNE

Filho de um banqueiro de província
Frequentava os saraus de Manet no café Guerbois
Em roupas imundas
             "Maître" limpando uma das mãos

Selvagem na tela sombrio nas calçadas
"Ele teria inventado o amor"
Mas viveu com Hortense Fiquet
                  pondo em risco sua mesada

Os críticos escarneciam Zola começou
L'Oeuvre do artista-suicida
                 Penosos ressentimentos
Fizeram-no se afastar até de Pissarro

Ao fim havia a natureza e Aix
"Num mesmo e único instante antecipei minha tela".
"Minha tela então firmou um pacto"
                 Tinha encontrado seu mestre

Mont Sainte-Victoire rezou por ele
Frutas e campos revelaram suas verdadeiras faces
Melões veneravam no clássico domo de sua cabeça

Camponeses jogavam cartas como a realeza
                    ignorando-o
A cidade zombava
                 Ao fim tudo era o mesmo
Seu jardineiro Vallier tornou-se a parede

Notório rico em farrapos tropeçava na tempestade
Com suas telas "inacabadas"
Que não vacilavam ainda que estivesse morto

Adubo e osso
Raízes da árvore de Paul Klee
                     cujos ramos abstratos
São etiquetados por escolas rivais.
           
tradução: r.m.                                                 
           
poema de campbell no original  

                                                                                 
paul cézanne, natureza-morta com crânio (1895-1900)













Nenhum comentário:

Postar um comentário