sábado, 7 de abril de 2012

falcão (II)

                               
LADRÕES DE CANETA

A caneta com a qual escrevo
é presa por amarras como nas casas de comércio
onde não se levam canetas
nem se faz delas o que se quer
as amarras de minha caneta
têm a distância do meu passado

Queria ter a coragem e a astúcia
daqueles meninos que roubam canetas
não aqueles que delas precisam
mas os que roubam apenas
para desafiar o fio que os prende ao passado

                                           
                               EDSON FALCÃO

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