terça-feira, 31 de maio de 2011

minuto de cínica sabedoria (V)

                           
talvez alberto caeiro
enfim saiba,
agora que não sabe,
que não está sequer morto
(porque morto
é uma palavra
          uma ideia
          um medo
          um estado    que só diz
e conhece quem está vivo,
porque a morte só existe
enquanto houver pessoas
vivas que a pronunciem)
o que é uma coisa.

* trecho do poema a coisa ("pássaro ruim", 2009)

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