JEAN-MICHEL BASQUIAT, cavalgando com a morte (1988)
o esplêndido corcel
vê a sombra do chicote
e corre, esplendores do cavalo
em labirintos de crina
incentivado pelo vento
cancela espaços de quimera
consumindo o tempo
pira que heróis incinera
tinha ímpetos de céu
e sofreguidão sobre o mar
as campinas cerúleas do pólo
o céu pele de onça
e slides do zodíaco
as campinas dolorosas do pélago
onde pascem peixes
e o nó dos polvos chacina o sol
Aqui a fábula falha
no enjoo do jogar das ondas
fere os cascos nas estrelas
e picado pelos gumes
das feras do horóscopo
turva-se um pouco
cai a vigília no sonho
lúcido e súbito já que mártir
Fica na terra, cavalo
o olho cheio de estrelas
o corpo palhaço das ondas
e o coração no peito
feito um pião dormindo!
* embora o poema acima seja dos menos conhecidos de leminski (do livro la vie en close), além de ser talvez, dentre todos, o menos leminskiano, considero seus cinco versos finais alguns dos versos mais bonitos que já li.
FOI DO LIVRO: " POLONAISES" DO LEMINSKI, NÃO SEI O ANO DA EDIÇÃO, TALVES PELO ANO DE 1984 OU MAIS.
ResponderExcluirNesse poema leminski deixa escapar um pouco de sua erudição. Como se nota, o polaco teve uma formação clássica.
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