ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO, sandálias e peneiras
de sandálias nos pés o espaço ganhas
sobre a seda de tão sonhadas dunas.
ao precípite andar em chãs nenhumas,
luas pânicas pulsam, subterrâneas.
o que gritas e calas sob a Letra?
raízes estouradas e sem nomes,
despetaladas anjas de mil fomes,
verdades absolutas obsoletas?
do que perdes, preso, inda fica
sisifar precipícios com prazer?
"eu, bispo, que coo meu café na mitra,
exponho, sujo de sol, a vocês"
– então um quase ouvir de tanto ver –
"loucura bem mais sã que a lucidez."
(sol sem pálpebras, 2007)
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